
Professor Boro
Onde foi que eu errei?
Enquanto estagiário aprendi, dentre tantas coisas, uma em especial que mudou a minha forma de agir. Meu superior, hoje meu sócio, dizia: “As pessoas erram por apenas dois motivos. O primeiro é a falta de segurança, o segundo é o excesso dela”. Acreditem que o segundo é mais perigoso que o primeiro e tem uma probabilidade altíssima de causar um estrago catastrófico. Normalmente erramos pela falta de confiança quando enxergamos algo novo à frente e precisamos decidir que rumo tomar. Para evitar esse problema é importante que haja uma pró-atividade com responsabilidade. A incerteza, assim como a omissão, pode levar a um julgamento errado e prejudicar a coerência na tomada de decisão, assim, o melhor conselho é buscar conhecimento e ajuda. Quantas vezes não ouvimos: “Eu sabia fazer, mas deu branco”. Esse “branco” se dá pela falta de confiança. Um exemplo da falta de confiança é aquela cantada na garota mais cobiçada da turma que não deu certo. Você treme, sua, a garganta engasga e você sai cabisbaixo, sem êxito, imaginando o papelão que passou. Um prévio estudo sobre a garota e um pequeno treino lhe traria uma chance maior de atingir o seu objetivo. O músico novato que sobe ao palco, observa a multidão esperando por sua apresentação e erra algumas notas. É o nervosismo. Traduzindo: desafina pela falta de confiança. Nenhum desses exemplos é páreo para qualquer exemplo de erros cometidos pelo excesso de confiança. É o jovem que se acha um ás no volante e se permite dirigir alcoolizado. Pode até ser que seja um ás, mas o excesso de confiança lhe faz um grande idiota. Vidas são perdidas de maneira estúpida por esse excesso de confiança. Uma ignorância. Ignorância já que o excesso de confiança faz com que etapas importantes de um processo sejam realmente ignoradas. Quantos médicos não diagnosticam um paciente por “feeling”. Para que fazer exame? O médico já sabe a doença e está acostumado com os sintomas aparentes, não é mesmo? Pura negligência, excesso de confiança. Na área do direito é comum dizer que erramos pela imperícia, pela imprudência e pela negligência, mas é importante salientar que todas elas se dão pela falta ou pelo excesso da confiança. Ao tomar qualquer decisão, busque a imparcialidade, justiça, coerência, transparência, deixe vir à tona aquele sentimento de humildade que em geral fica guardado empoeirando, estude, conheça, questione, faça uma reflexão e assuma que o destino daquela decisão é tão importante quanto o seu futuro.