
Professor Boro
Melhor & Pior
Em uma conversa por telefone, ouvi de uma pessoa que considero demais e o tenho como referência de ser-humano, que ele vem de uma escola elitista. Elitista é uma pessoa partidária ao elitismo, um sistema que favorece uma elite, que é o que de melhor há na sociedade. O que ele quis dizer é que não se contenta com pouco, buscando superar os seus limites e sair da zona de conforto por si próprio, sem a necessidade de um “empurrãozinho”. Cada pessoa deve transcender os seus limites, vencer os obstáculos que surgem e encontrar a melhor forma de conduzir a vida com retidão, em prol de uma sociedade mais justa e perfeita. Elite nada tem a ver com a quantidade de dinheiro ou o patrimônio conquistado, mas com a riqueza de espírito e de civismo, sempre buscando o melhor. Ser elitista não significa ser melhor que os outros, mas ser melhor que você mesmo, conhecer as próprias fraquezas e digladiar com elas vislumbrando uma vitória honrosa. O filme Tropa de Elite mostra, dentre tantas ouras coisas, a diferença entre a polícia “convencional” e a polícia do BOPE – Batalhão de Operações Policiais Especiais. É um círculo de homens que se diferenciam por não aceitarem a corrupção, por cumprirem orgulhosamente as suas funções com galhardia e acima de tudo por se prepararem para serem de fato os melhores e não somente reconhecidos como os melhores.
Pergunto quem é você e o que você quer ser? Prefere ser uma cabeça de peixe ou um rabo de tubarão? Prefere ser o melhor dos piores ou o pior dos melhores? Convenhamos, ser o melhor entre os piores é muito mais simples; mas é isso o que buscamos ou será que estamos nos enganando “parecendo” estarmos por cima da carne seca? Ser o pior entre os melhores também não é nada confortável, mas as perspectivas de crescimento são nítidas e o desafio de auto-superação enriquece a alma. Richard Bach, em seu romance “Fernão Capelo Gaivota” conta a história de uma gaivota que não se contentava em usar suas asas apenas para se movimentar. Com muito esforço aprendeu acrobacias e transcendeu a uma sociedade de gaivotas, apaixonadas pelo vôo. Max Gunther, em seu livro “Os axiomas de Zurique” diz que preocupação não é doença, mas sinal de saúde e se você não está preocupado é porque não está arriscando o bastante. Para que esteja ente os melhores é necessário que batalhe contra as dificuldades, supere a dor do aprendizado com humildade, vença o medo e permaneça desvendando o desconhecido.