
Professor Boro
Quebrando paradigmas: PBL – Problem-Based Learning
Dado que o principal objetivo do aluno é adquirir conhecimento, cabe então ao professor passar este conhecimento, correto? Não é tão simples assim.
Estamos no ano de 2.010, na era da informação. Ela chega para nós em uma velocidade jamais dimensionada num passado não muito distante. Informação por informação, o aluno a consegue em um universo gigantesco, não precisando do professor.
Já que ela está extremamente acessível, cabe então ao professor direcionar o aluno na busca pelo conhecimento o ajudando a discernir sobre a avalanche de informações despejada na biblioteca pública mundial e a compreender a aplicação do assunto estudado de forma prática e voltada para o mercado, cada vez mais exigente e competitivo.
O PBL – Problem-Based Learning, que surgiu na década de 60 na escola de medicina da Universidade MacMaster, Canadá, insere o aluno como foco central da aprendizagem, tornando-o capaz de construir o aprendizado cognitivo através de problemas propostos que o expõe a situações motivadoras.
Assim, o aluno deixa de ser passivo no sistema de ensino e passa a ser objeto central do seu próprio desenvolvimento e o professor, antes provedor do conhecimento, faz desaparecerem as aulas expositivas, com transmissão unilateral do conhecimento para dar espaço à interação, com a construção do conhecimento fomentado por discussões e pesquisas, motivando a participação do aluno inserido em um grupo.
O resultado disso é um aluno curioso, motivado, desafiador, criativo e com espírito empreendedor, pronto para liderar e trabalhar em equipe.
As aulas passam a ser um laboratório de discussões sobre problemas reais e o professor passa a ser um agente mediador, muito além de um simples transmissor. O objetivo do professor vai além da teoria e permite ampla discussão sobre a aplicabilidade do tema em um universo bem diversificado.
O profissional que fora submetido ao PBL no seu período de aprendizado é capaz de tomar decisões de forma prática e harmoniosa, dado que vivenciou situações inusitadas em simulações com problemas propostos pelos professores na academia.
Ele analisa a possibilidade de solução do problema de forma globalizada, considerando a viabilidade econômico-financeira, de recursos humanos, materiais e logísticos.
Com isso, o professor passa a cumprir o seu principal papel promovendo a interdisciplinaridade, trabalhando em conjunto com outros professores e deixando de ser responsável por apenas uma única disciplina, de forma isolada e desconexa.
Quebrar paradigmas é trabalhoso e desconfortável, mas se o professor busca eficácia no processo educacional de seus alunos, deve experimentar constantemente a dor do aprendizado.